sexta-feira, 31 de maio de 2013

NÃO TENHO UM AMOR PERFEITO, MAS EM MINHA JANELA VEJO AMORES PERFEITOS.


Amores perfeitos são flores lindas.
Na mitologia grega, conta que Zeus enamorou-se de uma jovem chamada Lo e provocou ciúmes em sua esposa Hera, ele transformou a moça em novilha e a manteve pastando aos seus pés. Por pena da dieta de ervas a que submeteu a amada, fez com que a terra produzisse lindas flores que chamou de Lo.4 Outra lenda grega conta que as delicadas flores brancas eram adoradas por Eros, o cupido. Para inibir essa adoração, Afrodite as coloriu, o que resultou na coloração tricolor.
Na história conta que gregos e chineses usavam as violas como medicamento, e os celtas e romanos faziam com elas de perfumes. Os amores-perfeitos eram usados até mesmo como elixir do amor na Inglaterra, o que, acredita-se, inspirou Shakespeare em "Sonhos de uma noite de verão". Nessa obra, uma flor mágica teria sido esfregada nos olhos de Titânia enquanto dormia. Ela, ao acordar, apaixonou-se pela primeira pessoa que viu.5  (fonte Wikipédia)

No meu caso eu as vi hoje floridas na minha janela.
E me pergunto, foram hoje que floresceram tão perto de mim?
A resposta que ouço é de mim mesmo: não
Então porque só as percebi hoje?
Não é tão fácil tentar responder isso a mim mesma e talvez nem seja tão fácil tentar escrever isso aqui. Acontece que nossos olhos só conseguem ver o belo quando nossa alma está leve, quando toda nossa essência está sã.
Admitindo isso é fácil chegar à conclusão que estive doente, talvez não fosse uma enfermidade gravíssima, ou algo que me fizesse deixar de cumprir meus deveres diários, mas era ela que me impedia ver as flores na minha janela.
Ai me veio outros questionamentos...
Será que estou curada?
Esta dúvida me circundou enquanto eu observava as cores dos amores perfeitos, sentia o seu perfume e acariciava cuidadosamente cada pétala tentando entender como eu não as vi ontem.
Tentando entender como passei por elas sem percebê-las, tentando entender como passo todo dia por lugares e pessoas e não noto nada a não ser minha própria existência.
Confesso que estremeci de remorso.
Fato é que deixamos de ver o simples, deixamos de sentir o natural, deixamos de apreciar a vida porque nem sempre ela nos dá o que queremos e se não temos o que desejamos o resto não vemos.
Quanto tempo perdido pensei...
Quantas coisas deixei de apreciar durante toda minha vida pelo simples fato de não ter um único desejo realizado.
E quantas pessoas são iguais a mim meu Deus!
Quantas pessoas estão cegas porque se negam a ver a vida
Vida pulsante, vida gratuita e presenteada.
Eu posso não ter um amor perfeito, eu posso não ter a casa que eu sonhei, eu posso não ter os amigos que invejei, eu posso não ter o trabalho que batalhei, eu posso não ter tantas outras coisas, mas tenho tantas outras...
Aprender a ser feliz com o que temos e não com o que o outro possui.
Essa é a grande lição que aprendi hoje, quando pela primeira vez vi os amores perfeitos que tenho.
Sara Mel







sexta-feira, 24 de maio de 2013

Esta semana enfrentei uma batalha particular

Existem coisas que acontecem pra gente crescer, pra gente transpor barreiras. pra gente começar a entender o momento que está vivendo e sair dele melhor que entrou, ou ficar lá e morrer no fundo se lamentando de não ter conseguido subir a tona.
Nessa semana que passou foi um desses momentos, aqueles que a gente nem consegue pensar que possam acontecer.
Quando a vida te põe a prova e bate tanto que você prefere mesmo é ficar sozinha pra não ter que explicar muito a ninguém o que está passando.
E tem que passar sozinha.
Passei sozinha em termos porque sempre há aquela pessoa que insiste permanecer ao seu lado e mesmo que você não esteja num momento bom essa pessoa está ali te ouvindo, mesmo que ela tenha problemas tão complexos como os seus, muitas vezes até piores, ela está ali, oferecendo amizade, oferecendo um ouvido amigo, e esperando que você volte ao normal e que ela possa novamente descansar.
Esse tipo de amizade é raro de encontrar, é uma amizade que as vezes nem compreendemos, nem conseguimos muitas vezes saber como lidar, mas se Deus em sua infinita sabedoria coloca essa pessoa na sua vida, não é por acaso.
E bem na hora onde as pessoas que você mais ama te vira as costas, lá está ela dizendo a você.... - Tenha paciência amiga e espere.
E quando a gente ouve essa voz dizendo: paciência...espere...paciência...espere...
Da uma vontade louca de falar um desaforo qualquer e sumir, e se esconder ainda mais.
Mas ai vem a razão e te coloca em dúvida: Será que ela não tem razão?
E nesse momento você começa a pensar que ainda pode tomar algumas decisões para quem sabe suavizar o que você está sentindo.
E foi isso que fiz.
Sai da cama em que me colocaram em que me coloquei e fui a luta porque a batalha seria feroz.
A primeira foi ter coragem de colocar o despertador para despertar às 5h30m da manhã e me vestir para mais um dia de trabalho, enfrentar os olhares esperançosos daqueles que pensam ser eu alguém super dotado de sorrisos e explicações didaticamente corretas. 
A segunda foi entender que eu teria que voltar a me alimentar porque como dizia minha avó Albertina: saco vazio não para em pé. E eu tinha que parar em pé, não apenas aquele dia mas todos os outros dessa longa semana que apenas estava iniciando.
A terceira me olhar no espelho e fazer um esforço sobre humano para aparentar estar saudável, um lápis preto nos olhos, uma máscara nos cílios, uma sombra suave para dourar as pálpebras, um risco firme nos lábios e um batom rosa para trazer vida aos lábios que se mantiveram fechados por todo um fim de semana.
Ligar o motor do carro e ouvir Fagner cantando Canteiros, me fez pensar ainda mais em tudo que estava vivendo. Fechei os olhos por apenas mais cinco segundos e quando os abri, olhei o mundo diferente. Preciso de mim para continuar vivendo.
Quando me afastei de minha casa já era a mulher que sempre fui:  forte e determinada a melhorar a cada dia.
Tomar a decisão de ir ao médico e tratar o que estava debilitando o meu corpo foi uma decisão que tinha que ser tomada imediatamente, depois colocar a mente para trabalhar sem descansar, corrigir, escrever, ler, falar... Não pensar, não pensar, não pensar.
E durante esse processo lá estava ela: Bom dia miga, tudo bem com você hoje?
E eu respondendo: Graças a Deus tudo está bem.
Querendo acreditar que tudo realmente voltava a ficar bem, fosse para deixar minha amiga mais tranquila, fosse para provar a mim mesma que afinal nessa vida nada dura pra sempre.
E graças Deus essa semana já passou e essa que se inicia será muito melhor.

De Sara Mel
Em agradecimento a amiga Suzana Rangel





terça-feira, 14 de maio de 2013

Alguns dizem que amam outros sabem amar



Sou por natureza uma pessoa muito difícil de dizer “eu te amo”, porém quando amo acredito saber amar. Para mim não é fácil assumir esse sentimento, é diferente de dizer “eu gosto de você” ou “curto estar ao seu lado”, dizer eu te amo envolve muitos outros sentimentos que caminham juntos quando alguém diz e vive o amor.
Eu não sei o que é para cada um o amor, mas para mim é algo que não se acaba não modifica, não esqueço. Porém, sobrevivo sem ele, me alimento sem ele, produzo sem ele, mas nem sempre foi assim, nem sempre consegui entender os momentos que tive que passar sem ele ao meu lado.
A mulher ama diferente.
Já ouvi isso muitas vezes, e sempre pensei...
Diferente como?
E durante anos fui vendo mulheres amando, amando e sofrendo, amando e sorrindo, amando e fazendo planos, amando e acreditando, amando e morrendo, amando e sendo feliz, amando e...
E durante anos também fui espectadora de mulheres que amaram sós, mulheres que amaram seu trabalho, que amaram seus estudos, que amaram suas coisas, que amaram suas viagens, que amaram suas amigas, que amaram o modo que escolheram viver.
Algumas dizem que amam abertamente, é o amor declarado!
Outras como eu preferem senti-lo.
E vou explicar o motivo.
Ouvir dizer que alguém a ama é realmente algo muito bom, comparo isso a um copo fresco de água quando estamos com muita sede. Algo que produz numa mulher um efeito devastador, e o homem, sabe muito bem isso.
Porem, ouvir “eu te amo” e não sentir o amor produz na mulher o contrário.
Após ouvir do ser amado “eu te amo” a mulher tece planos, constrói sonhos, planeja o futuro e retribui esse amor de forma a provar á esse homem que ela entendeu a mensagem e que aceita viver esse amor.
Ai penso há duas possibilidades.
A primeira é que realmente ao dizer “eu te amo” o homem se expressou assim realmente porque quer estar ao lado dessa mulher, o homem deseja praticamente o mesmo que ela, “eu te amo” é para ele o mesmo que dizer “vamos em frente nisso, vamos construir um lar, vamos ter filhos, vamos estar juntos porque você é a mulher que eu sempre quis”. Bingo, ele sabe dizer que ama e sabe amar, sabe o que isso significa para a mulher, e respeita. E quando disse, ele sabia exatamente o que estava fazendo e o que queria.
A segunda possibilidade, e essa para mim é a forma mais desonesta que um homem pode ter, é dizer “eu te amo” apenas para conseguir o que deseja, apenas para iludir. Geralmente são homens que falam isso para várias mulheres. A expressão “eu te amo” sai de sua boca de maneira suave, naturalmente leve, ele não precisa de muito tempo para dizê-la e você acredito que pode imaginar o motivo, não é mesmo?
O motivo é porque simplesmente ele nunca sente o que diz.
O motivo é porque provavelmente ele nem sabe o que é amor.
E, por conseguinte nunca conseguirá dar amor a você e nem a mim, é claro.
Ouvir “eu te amo” pela primeira vez do homem que amamos é algo inesquecível. Atrevo-me a dizer que será guardado na memória da mulher como um dos momentos mais importantes da sua vida.
Então quisera eu que os homens pensassem nisso, quisera eu que vocês seres encantadores quando estão dispostos a conquistar não utilizem desse subterfúgio para conquistar uma mulher.
Digam outra coisa, digam que ela é linda, que é um anjo, que não conseguem esquecê-la por um só minuto, digam que é sua princesa, digam que deseja estar ao seu lado e que amam o seu cheiro.
Digam qualquer coisa que quiserem para conquistar uma mulher.
Mas, por favor, só digam “eu te amo” quando estiverem dispostos a viver realmente o amor.



Sara Mel

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Caminhei sozinha


Quando vi aquele céu cinza e as gotas que caiam sobre mim imaginei que poderia ser melhor se você estivesse comigo.
E caminhei sozinha por quilômetros de cinza sobre mim e gotas geladas esborrifavam o meu ser ausente de mim mesma.
Assim foi quando percebi que me manteria viva mesmo não estando ao seu lado.
Senti que o aroma do vento, o cheiro do mato e a vida que se arrastava sobre meus pés me mandavam mensagens silenciosas que diziam: Você está viva!
E mesmo que nesse dia metade de mim se sentisse morta e abandonada, mesmo assim a outra metade arrumava uma força sobrenatural para se fazer mais forte ainda.
Caminhei sozinha e mesmo não conseguindo sorrir como deveria, sorri timidamente para que o vento e o mar não se ressentissem comigo.
E caminhando sozinha pude ver uma linda borboleta azul que sobrevoava as águas mornas do mar de  Itaguaré, seu voo solitário e lindo me fez ver que existe beleza no único, existe prazer no singular e existe vida na individualidade.
E pensei que se você estivesse comigo talvez não me deixasse ver a imagem que apenas meus olhos fotografaram e nunca mais esquecerei.
Caminhei sozinha e encontrei uma garça que viu em mim algo tão inofensivo que me permitiu passar por ela e calmamente continuou buscando seu alimento a beira mar.
Caminhei sozinha porque você não estava ao meu lado,
Caminhei sozinha porque mais uma vez fui metade de mim mesma,
Caminhei sozinha e sozinha me perdi para poder me encontrar enfim em mim mesma.


Sara Mel