quinta-feira, 26 de julho de 2012

LER É COMO VIAJAR

Sobre o prazer que a leitura pode produzir

Sempre quis conhecer o mundo, viajar por países diferentes, viver em outros tempos, em outros lugares estar.
Quando criança tinha sonhos e fome de ver coisas novas, de conhecer pessoas importantes, lugares e paisagens.
Mas na verdade minha realidade era diferente e não poderia viajar pelo mundo, conhecer Roma ou Grécia, não poderia me transportar para a idade média, nem viver em um castelo. As pessoas que viviam ao meu redor eram parecidas comigo, viviam da mesma maneira, sabiam as mesmas coisas que eu, mas eu sonhava mais que todas elas.
Procurei mudar e esquecer essa minha fome pelo novo e irreal, mas a vontade era tanta que comecei a procurar nos livros que lia alimento para minha alma, procurava os lugares que gostaria de estar.
E então viajei por lugares inimagináveis e impossíveis para mim, mas não para a minha imaginação, não para o meu espírito aventureiro.
Hoje podemos ter a nossa disposição vários livros com apenas um clic, é tão fácil, tão prático e mesmo assim sinto que as pessoas têm uma preguiça interminável pelo conhecimento que um bom livro pode nos trazer.
Além dos livros contamos com os blogs, as páginas de relacionamentos, os jornais virtuais e tantas outras possibilidades para adquirir conhecimento. As letras adquirem vida quando você busca nelas algo mais que simples silabas, quando você encontra um significado, isso é saber ler, isso é o verdadeiro prazer pela leitura.
um dos últimos livro que li foi de Gabriel García Márquez “El amor en los tiempos Del cólera”, achei tão lindo e profundo, passei vários dias saboreando e viajando por aqueles tempos, vivenciando aquele amor, mas sou incontrolável às vezes e quis ver também o filme, claro que estava bem produzido, claro que contou a história como li, mas as personagens que tanto me encantou no livro, no filme não tinham o mesmo brilho, não senti o mesmo amor que senti quando lia o livro.
Aprendi uma coisa com isso, jamais voltarei a substituir uma emoção tão grande, o sabor lento das coisas, o gosto agradável que senti nos vários dias de leitura jamais eu conseguiria substituir em duas horas frente a televisão.
Claro que adoro ir ao cinema, alguns filmes são impagáveis, mas esse em especial não conseguiu me emocionar, todas as ações que visualizei na minha mente foram desmentidas, definitivamente neste caso não deveria ter visto o filme e apenas lido o livro.

Sara Mel


segunda-feira, 9 de julho de 2012

É O AMOR QUE ME ENSINA A VIVER

Artigo solicitado por uma grande amiga "Dayane Esli"
Bianca Bulgarelli escreveu: “O amor é um sentimento mágico que transforma as pessoas. Quem ama é feliz. Quem ama e é amado é um ser privilegiado.”
Muito mais que magia o Amor é a própria fonte da vida, fomos criados num momento de extremo amor, feitos para não estarmos sós e capazes de amar. Quem nos criou nos amou desde o inicio e nos fez também semelhantes a este amor.
E por que algumas pessoas simplesmente têm tanto medo do amor?
Ainda no ventre de nossa mãe sentimos o amor, mesmo que não nos lembramos desse fato sabemos que ele nos permitiu estar aqui e agora, nossa mãe dividiu com um novo ser seu próprio corpo, seus pensamentos, seus momentos por longos meses e mesmo em meio a tantas dores, no final de tudo sorriu e esqueceu a dor que sentiu e nos amou ainda mais.
Crescemos e aprendemos que jamais conseguiremos ser totalmente felizes se não amarmos. Primeiro amamos nossos amigos, nossos companheiros na escola, brincamos, caímos, levantamos e sorrimos com tantas travessuras. Dividimos segredos, lanche, vitórias e derrotas e mais uma vez aprendemos. E o amor mais uma vez nos alcança quando nosso coração, não aquele órgão responsável por bombear o sangue de forma que circule por seu corpo, mas aquele que ninguém realmente sabe onde se localiza em você te faz enlouquecer de felicidade, estremecer de tanto prazer quando vê a pessoa que ama. Esse amor é diferente de todos os outros, ele te ensina o que é dependência, te ensina que não é possível ser totalmente só, ensina que o toque, o cheiro, o beijo também são necessários para continuar vivendo.
E o circulo do amor é tão sábio que retorna ao inicio sempre. Quem um dia foi feto agora é filho, e quem foi filho se torna pai, e assim capaz de amar de novo, de outra forma, uma forma mais tranqüila, uma metáfora que a vida faz constantemente para manter o amor vivo.
É o amor que me ensina a viver, não tenho medo de aprender com Ele, permito que me instrua que me corrija e me entrego a Ele. O amor é um mestre cuidadoso, paciente, benevolente e se seguirmos seus conselhos seremos felizes e plenos. Se colocarmos em suas mãos nossa vida seremos melhores, e o amor estará conosco ensinando a lição da própria criação.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Marjorie em Perdas texto 14



Perdemos o que nunca tivemos?
            Essa era uma pergunta que povoava sua cabeça constantemente.
            Perdemos o que não conseguimos manter ao nosso lado, isso sim Marjorie acreditava.
            Conviver com perdas era normal para ela, ainda pequena perdera seu primeiro animal de estimação, era uma ave linda, branca, amorosa, comia em sua mão. A ave ganhou a confiança de Marjorie e ela foi esquecendo, confiando, acreditando e nesse meio tempo suas asas não foram cortadas.
            Algumas perdas não foram sua culpa, em outras agira como coadjuvante, hoje sabe que erramos quando deixamos que as crianças decidam por nós.
            Triste é viver demais, às vezes pensava assim, mais perdas nos são impostas quando carregamos o tempo nos nossos ombros. Porém, o tempo também dissipa nossos lamentos, suaviza nosso temor e por instantes esquecemos o que perdemos.
            Marjorie perdeu... Pior que perder é não ter pranto, é não ter conforto. As pessoas só reconhecem nossas perdas quando assistem o nosso choro e ela não permitiu que a vissem chorar.
            Mas ele reconheceu a sua dor, compreendeu o seu lamento mudo, escondido, e a procurou. Escutaram-se de novo, reagiram como crianças alegres e livres. Ela esquecera por uns instantes o que perdera, ele necessitava ouvi-la.
            Esquecemos a dor quando o amor nos cerca, quando ouvimos sua voz, dividimos nossa vida, acreditamos no infinito deleite que é viver.
            É assim que Marjorie se alimenta em sua existência, é assim que justifica suas perdas, substituindo-as pela criatura que a salvou dos seus próprios medos, seu verdadeiro amor.