domingo, 15 de maio de 2011

007 - HELIANTO

Poema que trata da triste realidade da saúde no nosso Brasil.

imagem: tramavirtual.uol.com.br
 
É madrugada...
No vai e vem de movimentos,
Vários sussurros, vários murmúrios,
Tantos ais.
Mãos tão fortes, peles tão rijas,
Bocas tão firme,
Mãos que ardentes exploram o corpo da mulher amada.

É alvorada...
A brisa fresca penetra em suas peles,
O cheiro de mato fresco,
Os tornam felizes.
Um adeus... Volte logo.
E afasta-se todo de branco... Como anjo.
E em corredores largos,
Ouve gritos abafados,
Não suporta o tormento,
O tormento de um vagabundo qualquer.
O sofrer de um grito de dor,
Um alguém que nem nome tem,
Mas calmo...
Suas mãos de alvos vultos se vestem,
E entorpece o corpo doente,
A mente febril, o corpo encarniçado.
E chora ao lancetar a vítima.
E morre assim o helianto.
E o cobre com manto,
Que como uma perdiz...
É devorado por lobos.
Mas cálido... Retorna à mulher amada.
E a faz sua ardentemente.

Sara  Mel

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