domingo, 3 de abril de 2011

001 - PERSONAGENS

imagem retirad de: comentariosemserie.com
O texto conta a história de um homem aprisionado num casamento fracassado e que encontra no vicio um refugio imediato, mas que luta para livrar-se desse mal que o domina quando reencontra seu verdadeiro amor. 

Ele já não suportava estar ali, aquela união o sufocava e ela não o libertaria sem que dele fosse tirado tudo o que tinha, eram tantos anos de permanência forçada que ele seria perdoado, seria livre da maneira que sabia ser, ele a obrigaria a sofrer, ficariam juntos por mais um tempo, faria da rotina familiar o fel amargo que todo homem toma quando não consegue se libertar.
Há tantos momentos de solidão,
Quando o desejo substitui a dor,
Onde se navega por sombras longínquas,
E se perde em um corpo qualquer.
            Marcos já não sabia como ser sóbrio, precisava daquela fuga para continuar se sentindo bem. Sabia que se maltratava que perdia muito de si naquelas madrugadas solitárias com seu copo como companheiro. Via nos olhos embriagados e vermelhos de outros homens os seus próprios, mas já perdera o controle dele mesmo, o vicio já o dominara. E a culpa era dela.
Ah... A solidão que invade a mente dos fracos,
Quando perdemos o retorno,
Não há cura para a bebedeira,
Nem mais sobriedade.
            Estava só em sua própria casa, seus amigos não compreendiam porque ficava assim, não tomava atitude, de certa forma ele era dominado, o dominava o medo de recomeçar, de criar tudo de novo, de redescobrir se. Ele tentava refugiar se em seu trabalho, ali se mantinha sóbrio, ali era feliz. Era dono de sua própria existência, sua alma era poeta e o mantinha feliz naquele lugar. Naquele lugar ela não o dominava.
Saber viver só é ser criativo,
Inventar os momentos,
Conversar com personagens imaginários,
Ser poeta pelo menos uma vez.
            Pior é quando ele se lembrava de tudo o que perdeu, em fotos amareladas pelo tempo estampada a imagem da mulher que amara, que amava ainda. Bebia também para esquecê-la, bebia para punir-se e tentar morrer, era o último estagio da sua podridão. Precisava de ajuda, mas ela não o ajudaria, não queria poluir sua vida limpando a sujeira que ele próprio produzira e a viu se afastar.
Ouvir o passado em tons menores,
Fotos amareladas pelo tempo reviver,
Beber, amargurar-se, tentar morrer,
Envenenar a solidão e se tornar podre.
            Mas o tempo também estabelece fronteiras, ele ainda tinha uma escolha, talvez a última. Deveria espelhar-se na única criatura que o manteve bom, deveria voltar a ser o que ela um dia amou, ainda era possível, dentro dele ainda existia aquele jovem que sabia caminhar ereto, orgulhoso. Sabia que ter várias mulheres não mais o saciava, sabia que o copo já não o alimentava. Sentia falta do homem que era e resolveu parar, resolveu mudar. Queria e seria melhor, não só para quem o cercava, seria melhor para si mesmo. Ela o ajudou se afastando muito mais que estando perto.
Mas se olhar a Lua,
Verá que sozinha consegue brilhar,
Quando o sol amante ardente,
A deixa na noite refletindo o mar,
Para dar a ela o seu devido lugar.
Sara Mel
03/04/2011


4 comentários:

  1. que triste Maestra
    ele mesmo está destruindo por não esquecer a sua amada a única maneira de aliviar a sua dor e beber para não morrer de amor.
    adorei o seu Blog é bem delicadinho
    detalhes rosa
    Minha cor predileta rsrsrsrs

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  2. Oi Thais... você viu que estória mais triste a deste homem!
    Isso acontece e muito sabia?
    Que bom que veio me visitar aqui também
    E rosa também é uma das minhas cores prediletas
    beijuss

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  3. Legal! Novo personagem pra suas histórias....Marcos!
    Conheço estórias parecidas, e sempre acredito num final feliz!

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  4. Qué cosa!!!
    Eu também conheço muitas, e sei que Marcos vence essa luta rapidinho...
    beijuss

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